quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Resumo – Iniciação à Estética – Capítulo 6 – Teoria Kantiana da Beleza – Ariano Suassuna

SUASSUNA, Ariano. Teoria Kantiana da Beleza. In: SUASSUNA, Ariano. Iniciação à Estética. Rio de Janeiro: José Olympio, 2004. p. 69-78.

A Teoria Kantiana pretende atribuir a existência da Beleza ao sujeito e não ao objeto.
Segundo o filósofo seria impossível resolver as questões estéticas, pois existem diferenças entre juízos estéticos e de conhecimento, motivo pelo qual não existe a possibilidade de determinar uma solução, uma fórmula que defina Beleza ou Arte.
Os juízos estéticos não podem ser conceituados, transformados numa concordância geral, já que estão estritamente relacionados à reação pessoal do sujeito, do contemplador diante do objeto.
Kant apresenta: O Juízo de Conhecimento, que depende de uma validez geral, um consenso; O Juízo sobre o agradável, dependente das sensações pessoais e o Juízo Estético, no qual cabe um paradoxo, pois apesar de não possuir um conceito exige a validez universal, o consenso já citado no Juízo de conhecimento.
Na teoria de Kant a Beleza é chamada de “satisfação determinada pelo juízo de gosto” e é aquilo que “agrada universalmente sem conceito”.
O segundo ponto paradoxal da teoria consiste no fato de que a satisfação do sujeito, o que lhe parece agradável está relacionada a faculdades necessariamente comuns a todo homem.
O terceiro paradoxo consiste na diferença do interesse físico de satisfação, como saciar a fome, por exemplo, tratando-se de um “prazer interessado” e o “prazer da natureza”, causado pela simples alegria contemplativa. Para Kant o sentimento da Beleza não se propõe a satisfazer nenhuma inclinação ou necessidade é um “prazer desinteressado”, algo que independe da existência do objeto. O agradável, a beleza e o bem são satisfações, porém somente a proporcionada pelo gosto da Beleza é validamente desinteressada.
Para obter o entendimento do quarto paradoxo Kantiano, é necessário fazer a distinção entre fim e finalidade. Segundo ele o fim está relacionado ao objeto e a sua destinação útil e a finalidade está relacionada à sensação harmoniosa e agradável experimentada pelo sujeito. O fim é ligado a propriedades do objeto, e o juízo estético é subjetivo. A conclusão é a de que “o juízo estético não tem outro fundamento senão a forma da finalidade de um objeto”.
Kant apresentou a diferença entre a “Beleza livre”, que não depende de nenhum conceito do que seja o objeto e a “Beleza aderente”, que supõe a perfeição desse objeto baseado no conceito formado. A conclusão é a de que a “Beleza livre” é considerada a única esteticamente pura.
Apesar das divergências apresentadas na teoria Kantiana, o seu pensamento é consolidado como uma das maiores contribuições no campo da Estética.
 

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