terça-feira, 5 de outubro de 2010

Análise de imagens e crítica estética a partir do quadro de valores estéticos clássicos

Imagem 1












MARIA ANTONIETA


A imagem retrata Maria Antonieta de Habsburgo, que foi arquiduquesa da Áustria e rainha consorte do imperador da França, de 1774 até a Revolução Francesa, em 1789. Ela viveu no século XVIII, nasceu em meados do século e morreu em conseqüência da Revolução Francesa.
Desde o momento em que Maria Antônia, a arquiduquesa de 14 anos nascida na Áustria, chegou à França para se casar com o herdeiro do trono Bourbon, questões de vestuário e aparência provaram-se centrais para a sua existência.

Como futura rainha, e mais tarde a rainha reinante, um rígido protocolo governava muito do que ela vestia como vestia, quando vestia e até quem a vestia.

A Rainha identificou na moda um trunfo para sua luta pelo prestígio social, já que muitos franceses odiavam a rainha por esta ser austríaca e pelas suas maneiras frívolas. Até certa medida, essa estratégia não era nova, o Rei Sol, Luís XIV, havia promovido suas pretensões absolutistas em parte mediante a adoção de trajes tão imponentes e assombrosos que os espectadores tinham pouca escolha senão admitir sua supremacia.


Reclusos na vida da corte, tanto Luís XVI quanto Maria Antonieta não foram incentivados a conhecer mais sobre o que acontecia no mundo iluminista, sobre a realidade, sobre os problemas do país. Apesar do esclarecimento da época, a monarquia ainda era vista como algo divino, independente da vontade dos súditos. Por isso a recusa do rei, até o final, em aceitar uma constituição e uma posição menos poderosa nessa nova forma de governo. Por conta dessa teimosia, tanto ele quanto a rainha acabaram sendo acusados e executados como traidores da França.
A imagem de Maria Antonieta, denegrida durante a Revolução Francesa, foi reabilitada após sua morte.


ESTILO ROCOCÓ



O período foi marcado pelo rococó. Ainda que o termo tenha sido utilizado de forma depreciativa no século XIX, por ser comparado com excessos e frivolidades, hoje se refere a um estilo artístico representativo da cultura francesa. A cultura responsável pelo estilo rococó se caracterizava pela busca do prazer pessoal. Isso incluía também a indumentária que nessa época foi elevada à categoria de arte. Este estilo de vestir dividiu-se em duas direções opostas, uma da estética artificial e outra que manifestava um desejo de retorno à natureza.
Para as mulheres o espírito essencial da moda rococó residia na elegância, no refinamento e nos enfeites.  Todo esse esplendor rococó, nos detalhes, nos motivos ligados à natureza se traduz numa moda de exageros requintados.




Análise da imagem 1 e crítica estética a partir do quadro de valores estéticos clássicos:



O traje de Maria Antonieta exibe uma exuberância assimétrica e com a presença de movimento,
apesar do visível exagero, busca a delicadeza. A vestimenta é composta por um corpete justo e uma saia extremamente armada. Mostra um abandono das hierarquias estéticas preconizada pela herança clássica, procurando fugir das linhas e dos ângulos retos, com arabescos rebuscados e assimetria na ornamentação. As cores são claras, com tons pastéis e certo douramento, as linhas são curvas, orgânicas e apresentam um caráter mais lúdico. O realismo clássico cede lugar a uma visão emocional. Como resultado, as inclinações do período tendem para o humano e o sentimental, para pessoas comuns, com suas fraquezas, e que buscavam o prazer (hedonismo). Podem ser verificadas no traje várias texturas suaves (sedas, brocados) e motivos florais para dar vazão ao gosto pela natureza.
De acordo com uma análise baseada nas teorias platônicas, o traje é uma cópia, uma imitação de um ideal concebido no mundo das ideias. A beleza é inexistente, por tratar-se de uma imitação da natureza, com toda a sua artificialidade, impregnados pela interferência e participação do juízo humano.
Na visão aristotélica a beleza é inerente ao homem, porém depende de critérios como: Simetria, proposição e ordenação, harmonia ou ordem, grandeza e proporção, critérios esses que não se relacionam com a estética do estilo Rococó e não são encontrados no traje analisado de Maria Antonieta.

Imagem 2


CALVIN KLEIN

A imagem refere-se ao desfile da Calvin Klein na semana de moda de Nova Iorque, Primavera - Verão 2009.
A marca americana apresenta uma moda minimalista de corte simples e de cores neutras. O estilista Calvin Klein (nome completo: Calvin Richard Klein) nasceu no bairro do Bronx, o mais pobre de Nova York, em 19 de novembro de 1942, filho de pais judeus que imigraram da Hungria.


Calvin se formou numa escola técnica de Artes e iniciou, mas não concluiu o curso superior de Moda em Nova York. Seu talento foi cedo reconhecido pelo Barão de Gunzburg, que foi editor de revistas importantes como Vogue e Harper’s Bazaar. Graças ao apoio do Barão, a grife Calvin Klein, criada em 1968, logo se tornou popular entre a elite americana.
A marca Calvin Klein abrangeu diversos produtos, incluindo alta costura feminina, jeans, roupas íntimas masculinas e femininas, perfumes, roupas de cama; para cada produto, uma nova divisão da marca foi criada, resultando em Calvin Klein, ck Calvin Klein, Calvin Klein Jeans, Calvin Klein Home, etc.

Em 2002, a marca Calvin Klein foi vendida para a multinacional americana PVH Phillips-Van Heusen por aproximadamente US$ 400 milhões; atualmente, a direção de criação da marca cabe ao brasileiro Francisco Costa.  









MINIMALISMO











O Movimento Minimalista marcou profundamente a base da criatividade dos artistas do século XX. É o símbolo do essencial, utilizado principalmente nas artes visuais, design em geral e música. O Minimalismo traz consigo fortes heranças do Construtivismo Russo que, através da experimentação formal, procurava uma linguagem universal da arte, passível de ser absorvida por toda a humanidade.
O minimalismo hoje se mostra presente também no raciocínio lógico da programação, tableless e demais áreas da informática. A necessidade de reduzir linhas e manter a mesma imagem é também um ato simples de minimalismo.


O minimalismo é uma das correntes mais antigas da moda, caracteriza-se basicamente por cores

O minimalismo é uma das correntes mais antigas da moda, caracteriza-se basicamente por cores sóbrias e poucos detalhes. Aparentemente a roupa minimalista é uma roupa simples, mas não é. A peça minimalista tem cortes estruturados e precisam ter um design perfeito.
Na moda, os estilistas minimalistas, são conhecidos por seu impecável trabalho de modelagem e primazia no corte e acabamentos. Os tecidos são quase sempre tecidos tecnológicos.Os estilistas que possuem essas características são, por exemplo: Yohji Yamamoto, Jill Sander, Andre Courréges, Mary Quant, Martin Margiela e Lanvin.

Análise da imagem 2 e crítica estética a partir do quadro de valores estéticos clássicos:

O vestido da coleção primavera/verão 2009 é formado por linhas puras minimalistas e com rigor geométrico, quase quadrado, com volumes arquitetônicos bem estruturados. Fica nítida a perfeição e precisão do corte e da montagem da roupa, com simetria e proporcionalidade, trabalhando alicerces como formas, acabamento e modelagem, que necessitam e expressam extrema racionalidade e lógica. Existe o movimento com o equilíbrio e depuração das formas. A cor é branca e pura.
De acordo com os conceitos de beleza platônicos, a análise é compatível com a que já foi feita anteriormente na imagem 1.
Na visão aristotélica, a roupa pode ser considerada bela, pois atende aos critérios de simetria, proporcionalidade e harmonia. Segundo o filósofo, a Beleza é uma propriedade particular do objeto.

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